Figuras de Linguagem
Figuras de linguagem são utilizadas para dar maior expressividade às ideias.
Podem ser
divididas principalmente entre semântica, sintaxe e os efeitos de som.
Semântica |
Sintaxe |
Som/sentido |
metáfora |
silepse |
aliteração |
catacrese |
pleonasmo |
assonância |
personificação |
elipse |
paronomásia |
sinestesia |
zeugma |
onomatopeia |
gradação |
assíndeto |
|
metonímia |
polissíndeto |
|
ironia |
anáfora |
|
hipérbole |
hipérbato |
|
eufemismo |
anacoluto |
|
antítese |
|
|
paradoxo |
Principais
figuras de linguagem
A metáfora corre quando se faz qualquer comparação: Você tem uma pedra dentro do peito.
A catacrese ocorre quando
não existe um termo específico para designar algo:
Precisei
chamar um marceneiro para consertar o pé da mesa.
👈👉
A personificação ocorre
quando se atribui características humanas àquilo que não é humano:
Eu podia
ver o cansaço rastejando-se no chão e vindo em minha
direção.
A sinestesia
ocorre quando se constrói uma expressão que mistura duas sensações diferentes
entre aquelas percebidas pelos órgãos sensoriais.
Tinha
olhos bem pretos, quentes e doces.
A gradação
ocorre quando se utiliza uma sequência de palavras que intensifica uma
ideia: Estava muito frio, congelando, uma temperatura glacial.
A metonímia ocorre quando se substitui um termo por outro: Comeu o prato todo.
A ironia
ocorre quando se expressa uma ideia por meio de uma construção que diz o
oposto do que realmente se quer dizer: Não para de chover: que ótima ideia
vir hoje para a praia.
A hipérbole corresponde
ao uso intencional de expressões muito exageradas: Que demora! Estou
esperando há séculos!
A antítese
dá-se quando se utiliza duas palavras ou ideias com significados opostos.
“Quem ama
o feio, bonito lhe parece.” (Ditado popular)
👈👉
O paradoxo ocorre quando duas expressões opostas são utilizadas de maneira que foge à lógica: Ela achava-o feio e bonito ao mesmo tempo.
A silepse ocorre
quando a concordância é feita com a ideia que as palavras expressam, e não
com a sua forma gramatical. Pode ocorrer silepse de número, de gênero e de
pessoa, conforme explicitado a seguir, respectivamente:
Já toda
a gente estava indignada. Queriam ouvir.
(Em vez de “Toda a gente queria ouvir.”)
Vossa
Senhoria pode ficar tranquilo.
(Em vez de “Vossa Senhoria pode ficar tranquila.”)
Todos
estávamos na festa.
(Em vez de “Todos estavam na festa.”)
A elipse é
a omissão de um termo na sentença sem haver prejuízo de sentido. Isso
porque o termo omitido fica subentendido pelo contexto: Começamos o namoro há
um mês.
Ele vai
bastante à praia, mas também às montanhas.
“Vim, vi,
venci.” (Júlio César)
Não havia
sido convidada para a festa, foi mesmo assim.
O polissíndeto é a repetição proposital de uma mesma conjunção como recurso estilístico: “Vão chegando as burguesinhas pobres, e as criadas das burguesinhas ricas, e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.” (Manuel Bandeira)
A anáfora
é a repetição proposital de uma mesma palavra ou expressão como
recurso estilístico, dando ênfase àquilo que se repete. É muito utilizada em
poesias e músicas.
“É preciso casar João, é preciso suportar, Antônio, é preciso odiar Melquíades, é preciso substituir nós todos.” (Carlos Drummond de Andrade)
O hipérbato ocorre quando há inversão proposital de palavras ou de trechos nos enunciados como recurso estilístico: “Ouviram do Ipiranga às margens plácidas, De um povo heroico o brado retumbante” (Hino Nacional Brasileiro)
Os
primeiros versos do Hino Nacional Brasileiro são compostos por hipérbatos para
gerar rima e pelo recurso estilístico. O enunciado poderia ser escrito da seguinte
maneira para facilitar o seu entendimento: Ouviram o brado retumbante de um
povo heroico às margens plácidas do Ipiranga.
O
anacoluto ocorre quando há mudança de construção sintática no meio do
enunciado, gerando uma quebra nele e deixando um termo solto, sem exercer
função sintática.
“Umas
carabinas que guardava atrás do guarda-roupa, a gente brincava com
elas, de tão imprestáveis.”
(José Lins
do Rego)
No meio do
enunciado, o narrador optou por utilizar a sentença “a gente brincava com
elas”, fazendo referência às carabinas. Isso, porém, fez com que o termo “umas
carabinas”, que iniciou a sentença, ficasse solto do restante do enunciado,
servindo apenas para esclarecer a frase no meio dele.
A
aliteração é a repetição de um mesmo som consonantal propositalmente
em um texto como recurso estilístico.
“Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes. Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” (Cruz e Souza)
“Berro pelo aterro, pelo desterro, Berro por seu berro, pelo seu erro, Quero que você ganhe, que você me apanhe, Sou o seu bezerro gritando mamãe” (Caetano Veloso)
A paronomásia
é a aproximação de palavras com sons semelhantes, mas significados
diferentes.
“Conhecer
as manhas e as manhãs, O sabor das massas e das maçãs”
(Almir Sater e Renato Teixeira)
Derrubou o
prato enquanto enxugava a louça: CRASH! “Do berro, do berro que o gato
deu: miau!” (Cantiga popular)
https://www.infoescola.com/portugues/figuras-de-linguagem/
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/figuras-de-linguagem